segunda-feira, 14 de março de 2011

14 de março, Dia Nacional da Poesia.





Não é comum darmos a importância merecida às datas culturais. Hoje, presenciei aqui na minha cidade (Campina Grande – Paraíba) uma iniciativa incrível de alunos da Escola Petrônio Figueiredo, o grupo se mobilizou para a entrega de panfletos, em que apresentavam um pouco da história da poesia, poesias de escritores famosos e poesias dos próprios alunos. Então, resolvi postar uma parte dos escritos interessantíssimos que recebi nessa tarde. Espero que gostem.

Respire Poesia

A Poesia nasceu na Grécia, berço da Civilização Ocidental, com Homero, através da “Ilíada” e da “Odisséia”.

A 30ª sessão da Conferência Geral da Unesco (Paris, 1999) proclamou o dia 21 de março como o Dia Mundial da Poesia. A data escolhida foi o do Início da Primavera no Hemisfério Norte, que começa dependendo do ano, no dia 21 ou 22 de março.

Na declaração a Unesco aborda a valorização de poetas nacionais cuja lembrança, data de nascimento ou morte estejam sendo comemorados. Assim, o Dia Nacional da Poesia no Brasil foi criado em homenagem ao poeta brasileiro Antonio Frederico de Castro Alves (1847-1871), no dia de seu nascimento, 14 de março.


O laço de fita.

Não sabes crianças? 'Stou louco de amores...
Prendi meus afetos, formosa Pepita.

Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?!
Não rias, prendi-me
Num laço de fita.
Na selva sombria de tuas madeixas,
Nos negros cabelos da moça bonita,
Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem,

Formoso enroscava-se
O laço de fita.
Meu ser, que voava nas luzes da festa,
Qual pássaro bravo, que os ares agita,
Eu vi de repente cativo, submisso
Rolar prisioneiro

Num laço de fita.
E agora enleada na tênue cadeia
Debalde minh'alma se embate, se irrita...
O braço, que rompe cadeias de ferro,
Não quebra teus elos,
Ó laço de fita!

Meu Deus! As falenas têm asas de opala,
Os astros se libram na plaga infinita.
Os anjos repousam nas penas brilhantes...
Mas tu... tens por asas
Um laço de fita.
Há pouco voavas na célere valsa,

Na valsa que anseia, que estua e palpita.
Por que é que tremeste? Não eram meus lábios...
Beijava-te apenas...

Teu laço de fita.
Mas ai! findo o baile, despindo os adornos

N'alcova onde a vela ciosa... crepita,
Talvez da cadeia libertes as tranças
Mas eu... fico preso
No laço de fita.
Pois bem! Quando um dia na sombra do vale
Abrirem-me a cova... formosa Pepita!

Ao menos arranca meus louros da fronte,
E dá-me por c'roa...
Teu laço de fita.

Castro Alves.


0 comentários:

Postar um comentário

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More